O que vale na vida não é o ponto de partida e sim a caminhada. Caminhando e semeando, no fim teremos o que colher. Cora Coralina
sexta-feira, 25 de dezembro de 2009
FELIZ NATAL!!!!!!!!!!!!!!!
domingo, 13 de dezembro de 2009
quinta-feira, 26 de novembro de 2009
Minha imagem do GESTAR II
" A Educação é um processo social, é desenvolvimento. Não é preparação para a vida, é a própria vida". (J. Dewey).
quinta-feira, 15 de outubro de 2009
Feliz dia do professor!
Pessoal,
Especialmente, hoje, dia do professor, espero que possamos refletir um pouco sobre a educação brasileira e o nosso papel.
Assim, desejo a todos reflexões, ações e mudanças.
A maioria de vocês conhecem a mensagem do prof. Gabriel Perissé, entretanto achei oportuno socializá-la neste dia, porque acredito verdadeiramente que a paixão é um diferencial em nossa profissão.
É deliciosamente estimulante o contato com professores apaixonados. Eu conheci alguns incríveis, oportunidade única que a vida me deu por meio do GESTAR2.
Oxalá chegue o dia em que sejamos todos apaixonados e convictos de que só a educação transforma e que é necessário, antes de tudo, querer fazer e saber fazer; com amor, compromisso, profissionalismo e dedicação, pressupostos inerentes ao profissional professor.
segunda-feira, 7 de setembro de 2009
Informações sobre a Bolsa
Disponibilizei no e-mail coletivo as informações que foram repassadas pela coordenação acerca do pagamento das bolsas. Leiam com atenção!!!
domingo, 30 de agosto de 2009
O papel do registro na formação do educador
Circuito cultural
Quero ver e ler nos blogs de vocês dicas sobre eventos e/ou literaturas para o enriquecimento das nossas práticas pedagógicas cotidianas. Essa ideia foi lançada pela profª Cátia Martins e eu a achei muito boa, pois de maneira natural já vinhamos fazendo isso. Assim, lá na Bahia, discutimos e combinamos que socializaríamos muiiiiiiiiiiiiiiiiiiiitas informações culturais em nossos blogs.
quinta-feira, 20 de agosto de 2009
quarta-feira, 12 de agosto de 2009
Seminário de acompanhamento- Bahia 03 a 07/08/09
quarta-feira, 29 de julho de 2009
terça-feira, 28 de julho de 2009
Entrevista Stella Maris Bortoni-Ricardo
Professora titular de lingüística da Universidade de Brasília e Professora adjunta da Faculdade de Educação da mesma universidade. Mestra em lingüística pela Universidade de Brasília. Doutora em lingüística pela Universidade de Lancaster. Realizou seu pós-doutorado na Universidade da Pennsylvania nas áreas de Sociolingüística e Etnografia de sala de aula. Presidente da ANPOLL no período de 1992 a 1994. Vice-presidente e presidente em exercício da ABRALIN no período de 2003 a 2005. Possui publicações no Brasil, nos Estados Unidos, na Inglaterra , na Alemanha, na Bélgica, na Holanda e no Japão, nas áreas de Sociolingüística teórica e aplicada à Educação. Atualmente dedica-se em especial à pesquisa e docência na área de letramento e formação de professores, sempre enfatizando a contribuição da Sociolingüística à educação em língua materna ( português) no Brasil. Seus dois livros mais recentes, publicados pela Parábola - Educação em língua materna ( 2004) e Nós cheguemu na escola , e agora - Sociolingüística & Educação (2005) seguem essa linha.
LETRA MAGNA: Vamos começar por um questionamento genérico: o que caracteriza uma gramática?
“Gramática” é um termo do léxico do português e de muitas outras línguas. Tanto no português quanto nas línguas européias, de modo geral, a palavra deriva-se do latim, ‘grammatica, cæ’ , que , por sua vez, originou-se em um étimo grego. Entre os gregos e os romanos, gramática significava ciência gramatical: conjunto de prescrições e regras que determinam o uso considerado correto da língua escrita e falada. (Dicionário Houaiss ). Mas o significado de gramática evoluiu, juntamente com a própria ciência lingüística, e tem variado no âmbito das diversas correntes teóricas dessa ciência. A partir do início do século XX, a Lingüística Estruturalista passou a dar ênfase à gramática descritiva das línguas e das variedades de cada língua, relativizando o papel da gramática normativa, considerada como uma gramática descritiva de uma das variedades da língua, a saber, a variedade de prestígio, empregada na língua escrita e no desempenho de determinadas funções comunicativas.
LETRA MAGNA: Atualmente sabemos que existem diversos tipos de gramáticas de uma língua: reflexiva, de usos, normativa, teórica... Qual o papel de cada uma delas no cenário atual dos estudos lingüísticos?
As diferentes tendências no estudo da linguagem têm qualificado o termo “gramática” conforme os pressupostos teóricos, que lhes são subjacentes. Uma gramática “reflexiva” está de acordo com a definição de competência na teoria chomskiana , em que os dados para a análise são gerados pela introspecção do analista. O adjetivo “reflexiva” também é usado na lingüística aplicada ao ensino-aprendizagem de línguas, que enfatiza a reflexão de professores e aprendizes sobre a estrutura e os usos da língua que é objeto de sua aprendizagem. A gramática “de usos” é praticada principalmente pelos adeptos de correntes funcionalistas da lingüística, para as quais há uma relação dialética e indissociável entre forma e função no estudo da língua. A gramática “normativa” preserva o sentido original do termo na cultura greco-romana. Na idade moderna a produção de gramáticas normativas, bem como de dicionários e guias ortográficos, ocorreu com os primeiros empreendimentos de política lingüística nos países em formação, empenhados na padronização de uma língua nacional e supra-regional. De acordo com o Círculo Lingüístico de Praga, a língua padronizada nas gramáticas normativas cumpre diversas funções relevantes na constituição de uma nação, tais como a função unificadora, a função separatista e a função de quadro de referência. Observe-se também que a padronização da língua é uma etapa importante na construção do sistema burocrático de governo e corre paralela ao desenvolvimento de um acervo de letramento (inclusive a tradição literária) na respectiva nação.
LETRA MAGNA: A gramática tradicional normativa foi (e ainda é) vítima de ataques por parte de diversos lingüistas no que diz respeito às suas incoerências teóricas. A senhora considera pertinente o posicionamento desses lingüistas?
No Brasil herdamos uma tendência a valorizar em demasia a chamada gramática normativa, que tem sido objeto até de legislação federal, como a Lei nº 5765 de 18 de dezembro de 1971, que aprovou alterações na ortografia da língua e a Portaria nº 36 de 28 de janeiro de 1959, do MEC, que propôs a Nomenclatura Gramatical Brasileira (NGB). Essa NGB, desde então, ganhou status de conteúdo programático em todos os níveis de ensino. Ensinar português passou a ser sinônimo de ensinar gramática, em detrimento de um trabalho pedagógico que favoreça a competência comunicativa dos alunos, habilitando-os a desempenhar, com eficiência e segurança, qualquer tarefa comunicativa, na língua oral ou escrita, que se lhes apresente na sua vida social e especialmente profissional. Quando os lingüistas criticam a gramática normativa estão considerando dois fatos: o primeiro é a séria distorção na nossa cultura escolar, que confunde o ensino da língua com a memorização de terminologia gramatical. O segundo é a ignorância das normas prescritivas em relação ao processo de evolução natural da língua e aos estudos descritivos, que se baseiam em metodologias mais atualizadas.
LETRA MAGNA: Os falantes comuns (aqueles que não são ligados à lingüística) ainda continuam apegados às regras muitas vezes antigas e engessadas contidas nessas gramáticas. Muitas vezes, sequer aceitam as explicações dos lingüistas de que há diversas gramáticas. O que está acontecendo? De quem é a falha (se é que ela existe)?
Os falantes comuns, que não estão familiarizados com a literatura lingüística especializada, vêem-se muitas vezes diante de polêmicas entre lingüistas modernos e gramáticos conservadores em relação a certos usos da língua. A lingüística moderna demonstra cientificamente, por exemplo, que um determinado traço lingüístico considerado “erro” é descendente legítimo de usos correntes em estágios anteriores da história da língua, ou mostra que algumas exigências da gramática normativa não têm fundamento lógico. Os usuários da língua, no entanto, lêem em gramáticas e nos muitos manuais publicados pelos órgãos de imprensa que aquele traço deve ser evitado. É o caso, por exemplo, de certas regências verbais ( O verbo implicar deve ser usado como transitivo direto ou indireto? O verbo assistir no sentido de presenciar tem de receber complemento indireto? Etc.). Algumas gramáticas normativas mais modernas já vêm incorporando informações fornecidas por estudos lingüísticos descritivos, mas de modo geral o usuário prefere “se garantir” aderindo à norma prescritivista quando tem de fazer concursos, prestar vestibular, redigir um oficio no seu local de trabalho etc. (a propósito, usa-se ou não se usa vírgula antes de etc.?). Seria desejável que as gramáticas normativas escolares contemplassem o conceito de adequação bem como informações sobre variação lingüística. Assim poderiam orientar o usuário da língua a fazer a opção certa entre a variante mais tradicional e a mais moderna de uma regra lingüística em processo de mudança, de acordo com a situação de fala ou de escrita, com o seu papel social no evento e, principalmente, com seus objetivos comunicativos.
LETRA MAGNA: A senhora acredita que seja necessário uma gramática de referência (do tipo teórica ou normativa) para que uma língua preserve sua cultura ?
Na cultura letrada, presente em praticamente todas as comunidades de fala contemporâneas, a descrição da estrutura e dos usos lingüísticos é muito importante como um quadro referencial que pode ajudar os usuários na sua produção lingüística oral ou escrita. Essa descrição pode ser muito útil também na formação de professores, que precisam desenvolver sua capacidade de refletir sobre a linguagem que eles próprios usam nas diversas situações comunicativas e sobre a linguagem de seus alunos. Veja-se, por exemplo, o processo de alfabetização, que precisa ser informado por noções de fonologia e de gramática em geral.
LETRA MAGNA: É possível falar em uma gramática exclusiva para o Português Brasileiro?
Desde os escritores românticos e principalmente a partir da Semana de Arte Moderna em 1922,a literatura brasileira tem adotado modos de escrever que diferem dos modelos lusitanos e procuram aproximar-se da língua corrente no Brasil. Alguns estudiosos já publicaram obras alentadas sobre essas características do português escrito e falado no Brasil, comparando-as às características do português europeu. Algumas gramáticas normativas também já cuidam de mostrar diferenças no uso da língua no Brasil e em Portugal. No entanto a própria ciência lingüística já demonstrou que não há porque se falar de uma língua portuguesa e uma língua brasileira, pois a língua que a maioria dos brasileiros usam é a língua portuguesa com certos traços no léxico, na fonologia, na gramática e na ortografia que lhe são peculiares. Precisamos tão-somente que a literatura especializada, especialmente as gramáticas normativas, traga informações sobre as diferenças entre o português usado no Brasil e em outros países lusófonos.
LETRA MAGNA: Qual a postura teórica mais adequada para tratar dos estudos em gramática do português brasileiro?
As diversas correntes teóricas da lingüística têm contribuído para a descrição do português. Em se tratando do ensino escolar da língua, o importante é que não se privilegie a nomenclatura gramatical, que será usada apenas como um recurso no desenvolvimento da consciência reflexiva sobre a língua, e que a escola se preocupe em tornar cada aluno um falante competente, que se desempenhe com segurança em qualquer prática social, oral ou escrita, de que vier a participar, atendendo às expectativas de seus interlocutores e às normas consuetudinárias sobre o uso adequado da língua vigentes na sociedade brasileira.
LETRA MAGNA: A senhora acredita que os gêneros digitais (blogs, fotologs, orkut, messengers, etc...) trarão alguma conseqüência para a sintaxe da língua portuguesa?
Os gêneros digitais, mais ainda do que os não-digitais, sofrem grande influência de línguas de comunicação internacional, especialmente do inglês. No âmbito do léxico esses empréstimos se consolidam ou não na nossa língua dependendo da necessidade de suprir ou não lacunas lexicais. No âmbito da gramática (“o livro que eu vou falar sobre”, por exemplo) essas inovações devem ser objeto da reflexão dos lingüistas e devem chegar ao conhecimento da escola para que o professor saiba em que gêneros e em que situações poderão ser usadas ou deverão ser evitadas. Quanto à linguagem codificada que principalmente os jovens usam nos “chats” ou similares, é preciso que a escola assuma a tarefa de mostrar às crianças e jovens que aquele código só é adequado para a comunicação virtual. É como a língua do “P”, que as crianças dominam, mas que só empregam com funções lúdicas.
LETRA MAGNA: Como a senhora vê a formação dos professores das séries iniciais e mesmo dos professores de Letras? Eles têm formação gramatical adequada?
Os professores de séries iniciais formados nos cursos de Pedagogia ou de Normal Superior recebem muito pouca informação sobre a estrutura e os usos da língua, o que dificulta a sua reflexão lingüística e, conseqüentemente, impede um trabalho pedagógico mais eficiente. Constatação disso temos nos resultados do SAEB, do PISA, etc. Quando assumimos uma posição crítica em relação à ênfase na nomenclatura gramatical, não podemos jogar fora o bebê junto com a água do banho, isto é, não podemos imaginar que se possa desenvolver uma produtiva reflexão sobre a estrutura e os usos da língua sem o apoio de um referencial descritivo básico. Finalmente quero chamar atenção para distorções que se instalam e se perpetuam na cultura escolar. Recentemente, elaborando um material didático para a formação de professores de séries iniciais, no âmbito de um convênio entre UnB e MEC, incorporamos algumas informações sobre a variação fonológica e gramatical no português contemporâneo. Nosso objetivo era prover o professor de informações teóricas de sociolingüística que lhe permitam identificar certas características na produção oral e escrita de seus alunos e lidar com elas sem preconceito, de forma eficiente e produtiva. No entanto, uma pessoa encarregada da avaliação do material concluiu que a menção a regras variáveis no trabalho pedagógico é por si só um estímulo ao preconceito lingüístico. Para essa pessoa, a inclusão de informações sociolingüísticas nos programas de Língua Portuguesa não representa um avanço; pelo contrário, representa um perigo. Estamos vendo então que muitos leitores de estudos contemporâneos sobre o português do Brasil (apesar de bem intencionados) acabam por fazer leituras equivocadas, que podem trazer prejuízos à educação brasileira, já tão carente de padrões de boa qualidade. Mas isso é assunto para outra entrevista.
domingo, 7 de junho de 2009
Orientações sobre a bolsa!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
terça-feira, 26 de maio de 2009
Por que meus alunos nao leem? Nao é elementar, meu caro professor.
“Analfabeta não é a pessoa que não sabe ler.É a pessoa que, sabendo ler, não gosta de ler.“(Quem foi que disse isso? Acho que foi o Mário Quintana).Risalva Nascimento. Sempre me reporto a ela quando penso e falo sobre o prazer de ler. Você deve estar se perguntando: “Mas, quem é ela? Deve ser alguma nova teórica da qual ainda não ouvi falar.” Eu respondo: não é nenhuma nova estudiosa sobre o assunto. É minha mãe. Minha referência quando o assunto é o prazer de ler porque foi com ela que senti os primeiros desejos e delícias da leitura. Ela, apesar de seus seis filhos e de todos os afazeres domésticos demandados especialmente por eles, lia sempre e muito. A maioria das minhas recordações de infância em que ela está, vejo-a com uma revista de fotonovelas, um romance Sabrina ou um de José de Alencar. Detalhe: ela só freqüentou a escola durante dois ou três anos, mas o prazer com que lia e se envolvia nas histórias era visível, quase palpável para mim. Especialmente contagiante, envolvente. Impossível ficar indiferente. Nem tentei.
Comecei assim a minha história de leitora. Durante a minha infância e adolescência, li praticamente de tudo, de Sabrina a Sidnei Sheldon, de Jorge Amado a Tex. (vai fingir que não conhece para não denunciar sua idade ?!! rs).
Quando iniciei meu trabalho como professora e as primeiras indagações sobre o fato de muitos dos meus alunos não gostarem de ler surgiram, pensei que partindo desse ponto, conseguiria, facilmente, encontrar as respostas (que todo professor de Português procura tão avidamente). Enganei-me, percebo agora. As coisas não são assim tão simples. As leituras que tenho feito e as situações pelas quais tenho passado (em uma conversa com alunos sobre o prazer de ler, um deles declarou: depois que eu passar em um concurso e estiver trabalhando em um órgão federal, a gente conversa sobre isso) me mostram que a questão é muito mais complexa e carece de muito mais reflexão e estudo.
Rubem Alves relaciona leitura e música e afirma que quando a mãe pega o nenezinho e o embala, cantando uma canção de ninar, este se tranquiliza e dorme mesmo nada sabendo sobre notas. Sendo assim, aprender a gostar de ler é possível e não passa, necessariamente, por dominar determinadas teorias. Segundo ele, tudo começa quando a criança fica fascinada com as coisas maravilhosas que moram dentro do livro. Não são as letras, as sílabas e as palavras que fascinam. É a estória. A aprendizagem da leitura começa antes da aprendizagem das letras: quando alguém lê e a criança escuta com prazer. “Erotizada“ pelas delícias da leitura ouvida, a criança se volta para aqueles sinais misteriosos chamados letras. Deseja decifrá-los, compreendê-los – porque eles são a chave que abre o mundo das delícias que moram no livro! Deseja autonomia: ser capaz de chegar ao prazer do texto sem precisar da mediação da pessoa que o está lendo.Conforme Rubem, já na escola, as delícias do texto se encontram na fala do professor, que passa a ser o mediador que liga o aluno ao prazer do texto. Existe uma incompatibilidade total entre a experiência prazerosa de leitura e a experiência de ler a fim de responder questionários de interpretação e compreensão.
Por sua vez, Alberto Manguel, em Uma história da leitura, faz um relato sobre sua experiência como leitor e cita a possibilidade de libertação que a leitura individual faculta ao leitor, que através dela pode encontrar os seus caminhos sem a necessidade de nenhum cicerone.
Agora, estudando o TP4 encontro Ângela Kleiman falando sobre o assunto e acendendo mais uma luz. Ela cita a falta de acesso, a formação precária dos professores, a falta de ambientes propícios à formação de leitores e os equívocos cometidos por estudantes e escolas ao confundirem a leitura com a decifração e cópia de letras a partir de regras memorizáveis.
De fato, os caminhos para despertar o prazer pela leitura em um mundo tão capitalista são muitos e o Gestar está contribuindo na minha busca por respostas. Continuarei lendo, refletindo, buscando, tentando contagiar meus alunos com o meu prazer de ler. Por enquanto, uma certeza: não é elementar. Não é simples encontrar respostas para a pergunta inicial. Enquanto isso, vou me deliciando ao observar, ao meu lado, um pai lendo “O Pequeno Príncipe” para seu filho que, quase cochilando, pergunta “pai, o que quer dizer `tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas?” Vejo a mágica acontecendo novamente? É mais uma criança sendo cativada pelas delícias da leitura ?
Fonte: http://rivaldizia.blogspot.com/
sábado, 16 de maio de 2009
Portfólio Reflexivo Eletrônico como instrumento de avaliação
Além disso, no contexto de formação profissional e pessoal, o portfólio reflexivo, na medida em que possibilita a análise da realidade e da prática pedagógica no confronto com a teoria, permite que o tutor e o aluno construam um sentido para a teoria, compreendam melhor a coerência de sua ação em relação ao paradigma que a delineia, reorganizando sua intervenção na realidade.
O portfólio é uma possibilidade de revelar e dar visibilidade aos processos de cada tutor, mediante avaliação e crítica pelos pares, explicitando as concepções, a prática, a auto-avaliação reflexiva e o progresso no percurso discente e docente. O registro de uma experiência de processo de avaliação participativa que envolve portfólios traz a possibilidade de análise do dispositivo pedagógico, porque a constituição do discurso pedagógico ocorre a partir de regras específicas. Para Bernstein, as regras distributivas são aquelas pelas quais o dispositivo pedagógico controla a relação entre poder, conhecimento, formas de consciência e prática no nível da produção do conhecimento. Elas marcam e distribuem quem pode transmitir o quê, a quem e sob que condições e assim tentam estabelecer limites interiores e exteriores ao discurso legítimo, ao mesmo tempo em que possibilitam a instalação de uma nova ordem (BERNSTEIN, 1996).
A construção é individual por parte do tutor, mas coletiva do ponto de vista dos seus alunos, porque o processo de discussão e avaliação deve se dar de forma participativa, periodicamente, em sala de aula e no ambiente virtual durante o período do curso. Assim, o formato eletrônico dado ao portfólio (BLOG), traduz a subjetividade, o processo metacognitivo e as possibilidades de cada tutor interagir com as novas tecnologias.
Levy (In ESCOTT & POLIDORI, 2006, p. 33) “afirma que vivemos hoje em uma destas épocas limítrofes na qual toda a antiga ordem das representações e dos saberes oscila para dar lugar a imaginários, modos de conhecimento e estilos de regulação sociais ainda pouco estabilizados”. Propor a utilização das novas tecnologias e das redes de computadores como ferramenta de registro do portfólio reflexivo objetiva, sobretudo, ampliar as possibilidades de discussão, transcendendo o espaço de sala de aula e do grupo social imediatamente próximo, buscando, também, democratizar e desenvolver a aquisição de novas competências no uso de diferentes linguagens.
Cabe ressaltar que o portfólio reflexivo difere de outros instrumentos como a organização de pastas onde os documentos são catalogados. Esse instrumento, diferentemente de uma simples compilação ou anotações de aula, deve trazer os registros das reflexões, relações e etapas que os tutores percorrem no processo de construção do conhecimento, sistematizando a aprendizagem e possibilitando a relação com a prática pedagógica. O tutor define o formato e os conteúdos a serem registrados, respeitando os critérios ou indicadores estabelecidos coletivamente, definindo seu próprio caminho de aprendizagem. O foco central da avaliação passa do controle externo para o controle interno ou autonomia, envolvendo o aluno no processo da aprendizagem e direcionando o ensino. Existem muitos formatos de portfólio. Segundo Simão (2005), podem ser destacadas sete características essenciais para utilização de um portfólio:
1) explicitação dos objetivos, de forma que os alunos tenham clareza do que necessitam e querem aprender;
2) integração entre as teorias desenvolvidas na disciplina e a ação profissional do acadêmico – relação entre teoria e prática;
3) autenticidade, já que o objetivo principal desse trabalho centra-se no estabelecimento das relações entre o que é discutido no espaço de formação e as evidências das aprendizagens individuais;
4) multiplicidade de recursos, considerando que cada tutor definirá as formas de registro e manifestação do seu processo subjetivo e cognitivo;
5) dinamismo, porque registra as mudanças e o crescimento do tutor e do aluno durante o processo, por vezes redirecionando-o;
6) autonomia e autogestão do próprio tutor, já que impõe reflexões pessoais sobre a ação educativa; e
7) ampliação dos objetivos estabelecidos para o desenvolvimento do curso, de forma a contemplar os objetivos pessoais e profissionais, além de permitir a avaliação do próprio curso.
A essas características pode-se somar a democratização do processo de planejamento e avaliação do ensino e da aprendizagem, por meio da socialização do poder e das decisões em relação ao processo de aprendizagem.
Considerando que a avaliação participativa, mediante o uso de portfólios reflexivos, toma por base a responsabilidade democrática (LEITE, 2005) e a autonomia, faz-se necessário que o ambiente de aprendizagem seja planejado e encaminhado de forma a contemplar a compreensão coletiva dessa nova ordem, desde o primeiro contato com os tutores e alunos, estabelecendo um contrato claro, socializando as possibilidades advindas desse processo, das características dos instrumentos e da concepção que sustenta a prática docente e discente.
A avaliação participativa proporcionada pelos portfólios reflexivos deve possibilitar a redefinição dos critérios da prática pedagógica ao longo do curso, permitindo uma visão diagnóstica do processo ensino-aprendizagem e a autogestão do tutor e do aluno, bem como a adequação das ações de ensino, aprendizagem e avaliação a partir das necessidades e possibilidades de todos os envolvidos no percurso de formação.
Objetivo Geral:
- Registrar as relações críticas, por meio da construção de portfólio, que expresse o processo de ensino e aprendizagem, com aprofundamento teórico e contextualização do conhecimento a partir de uma práxis participativa.
Competências:- Criticidade;- Pensamento reflexivo;- Perfil investigativo;- Comprometimento com o coletivo;- Tolerância ao erro;- Contextualização da teoria e da prática;- Metavaliação;- Competência textual;
- Competência computacional.
Critérios de Avaliação do Portfólio
O portfólio eletrônico (BLOG) é uma construção gradual, que passa por várias dimensões, que detalharemos a seguir. O resultado final, a dimensão C, é a síntese das anteriores. Assim, será atribuída apenas uma menção ao final, seguindo os critérios da UnB, considerando-se aprovado o tutor que atingir no mínimo MM. Para atingir essa menção, o portfólio será avaliado, no último encontro do curso, pelos formadores e por dois colegas a serem sorteados, que atribuirão notas de 0 a 10.
Dimensão A - Leitura/Pesquisa
Nível 1: Leu todos os textos com postura crítica, estabelecendo relações entre autores, compreendendo os conceitos /categorias.
Nível 2: Leu os textos, estabelecendo parcialmente as relações entre os autores, compreendendo parcialmente os conceitos /categorias.
Nível 3: Leu parcialmente os textos, não estabelecendo relações entre os autores, sem compreensão dos conceitos/categorias.
Nível 4: Não realizou a leitura dos textos.
Dimensão B- Discussão
Nível 1: Refletiu e analisou todo o conteúdo, participando das discussões em grande grupo ou pequeno grupo com relatos e reflexões da teoria e da prática.
Nível 2: Refletiu e analisou o conteúdo em grandes ou pequenos grupos com relatos e reflexões da teoria e da prática de forma parcial.
Nível 3: Não conseguiu refletir e analisar o conteúdo e participou apenas quando solicitado.
Nível 4: Não refletiu e analisou todo o conteúdo, não participou das discussões em grande grupo ou pequeno grupo com relato e reflexão da teoria e da prática.
Dimensão C - Registro/Produção (Blog)
Nível 01- Realização das atividades propostas a partir do registro do Portfólio com responsabilidade e observação das datas estabelecidas. Clareza das idéias propostas. Articulação entre teoria e prática. Observação dos elementos textuais e metodologia (citações e autorias).
Nível 2- Realização parcial das atividades propostas a partir do registro do Portfólio com responsabilidade e observação das datas estabelecidas. Dificuldade na clareza das idéias propostas, no estabelecimento de relações entre teoria e prática, e nas regras metodológicas.
Nível 3- Realização de produção frágil em relação aos critérios definidos nos níveis 1 e 2.
Nível 04- Não fez o registro das atividades propostas utilizando o Portfólio.
Organização do Registro Eletrônico do Portfólio – BLOG
O material a ser postado no BLOG deve estar organizado inicialmente em três seções temáticas: 1) Relatos da história de vida do tutor e suas implicações na formação profissional; 2) Pesquisa, reflexão e produção textual a partir dos fascículos e bibliografia recomendada ao longo do curso; e 3)Registro das experiências desenvolvidas com e pelos alunos.
A postagem das contribuições deve ser, ao menos, quinzenal, para que os formadores possam acessar o ambiente e interagir com os tutores.
Para conhecerem um pouco dessa prática, visitem dois exemplos de portfólios eletrônicos já desenvolvidos:
http://portfolioreflexivo.weblogger.terra.com.br/
http://daniportfolio.blog.terra.com.br/
REFERÊNCIAS:
BERSTEIN, BASIL. A estruturação do discurso pedagógico: classe, códigos e controle. Petrópolis, RJ: Vozes, 1996.
ESCOTT, Clarice Monteiro; POLIDORI, Marlis Morosini. Portfólio Reflexivo On Line e Off Line. XIII Encontro Nacional de Didática e Prática de Ensino. Anais. Recife: Universidade Federal de Pernambuco, 2006.
LEITE, D. Reformas Universitárias. Avaliação institucional participativa. Petrópolis: Vozes, 2005.
SÁ-CHAVES, Idália. "As narrativas nos portfólios: uma estratégia de desocultação para ajudar a pensar". In: Portfólios reflexivos: estratégia de formação e de supervisão. Aveiro: Universidade, 2000.
SCHENKEL, Maria Benincá. "Professor reflexivo: da teoria à prática." In: SÁ-CHAVES, Idália. (org.) Os portfólios reflexivos (também) trazem gente dentro: reflexões em torno do seu uso na humanização dos processos educativos. Portugal, Porto: Porto Editora, 2005.
SIMÃO, Ana Maria Veiga. "O portfólio como instrumento na auto-regulação da aprendizagem: uma experiência no ensino superior pós-graduado." In: SÁ-CHAVES, Idália. (org.) Os portfólios reflexivos (também) trazem gente dentro: reflexões em torno do seu uso na humanização dos processos educativos. Portugal, Porto: Porto Editora, 2005.
[1] Texto organizado por Rita de Cácia Vieira M. de Sousa, Antônio Alves de Siqueira Júnior e Dioney Moreira Gomes a partir das orientações baseadas na experiência desenvolvida na UFSC, no Curso de Pedagogia, pela Profa. PhD. Clarice Monteiro Escott, no projeto de elaboração do Portfólio Reflexivo online/off-line. Ano 2007.
quarta-feira, 15 de abril de 2009
Chegou o material do cursista???
Este é o telefone do MEC 61-2104 8672 para que você tenha acesso a informações relativas ao material do cursista, ou mesmo para resolver eventuais problemas entre o formador e sua SEDUC/ SEMEC, substituição de formadores e demais assuntos administrativos.
Até mais, perseverança e muito sucesso a todos que assumiram o compromisso com o programa GESTAR II.
quarta-feira, 8 de abril de 2009
INFORMAÇÕES SOBRE O PROJETO!!
O professor cursista deverá desenvolver um projeto para a finalização do programa, de preferência interdisciplinar, a ser implementado em sala de aula, apresentando a estrutura a seguir:
a) Temática: definir um tema que possa desenvolver os conhecimentos adquiridos no programa e seja contextualizado à realidade de sala de aula.
b) Problemática: definir uma situação-problema a ser focada mediante seu desenvolvimento.
c) Fundamentação teórica: definir os conceitos e as teorias que darão base a todas as ações desenvolvidas.
d) Objetivos: definir quais são os objetivos gerais e específicos a serem alcançados com a sua implementação.
e) Metodologia: definir os passos a serem seguidos e os recursos materiais a serem utilizados para a sua realização.
f) Cronograma: definir o cronograma de cada etapa de desenvolvimento e os seus respectivos prazos.
g) Equipe de trabalho: definir as áreas de conhecimento envolvidas, assim como os educadores participantes e as suas respectivas atribuições.
h) Avaliação: definir o processo de avaliação e os instrumentos a serem utilizados.
Sobre as oficinas...
Fique atento para as orientações das oficinas, elas são a única forma de mapear o resultado final do projeto. É preciso saber se está sendo satisfatório lá na sala de aula do seu cursista, portanto não esqueça nenhum dos passos:
2º MOMENTO: Apresentação dos trabalhos dos alunos e socialização dos relatórios reflexivos. Crie um ambiente para a exposição dos trabalhos dos alunos, e critérios para que todos participem, mas cuidado com a formatação da escala, pois poderá cair numa cilada de cada professor aplicar apenas o avançando na prática que foi determinada a apresentação dos seus alunos, portanto organize as coisas de forma que haja uma participação bem abrangente. O crescimento do professor ocorrerá nessa hora, pois é lá que vai trocar com os pares as experiências frustradas e as bem sucedidas, deixe o professor falar e o estimule, mesmo que não tenha sido boa sua experiência, pois nesse momento várias idéias surgirão e serão essenciais para o amadurecimento profissional do grupo.
3º MOMENTO: Você, formador, deverá conduzir uma das atividades propostas na seção OFICINAS do TP em estudo. Essa atividade deverá corresponder à unidade analisada e será escolhida pelo professor cursista. Você prepara as duas atividades sugeridas e os cursistas escolhem a querem, daí você encaminha tudo.
4º MOMENTOFaça uma avaliação do encontro.
Fonte: http://www.discursosquesecruzam.blogspot.com
De mão dadas pela educação
O trabalho com a formação continuada de professores tem sido ímpar, são tantas realidades, tantos aprendizados. Passei por lugares com total infra-estrutura e outros muito carentes, mas, reservadas as disparidades, é gratificante o contato com os professores; professores apaixonados, com toda certeza! As experiências adquiridas nesse processo redimensionaram o meu olhar e, sem sombra de dúvida, a minha prática pedagógica.
Só a educação transforma, "isso é fato e é científico "(Biá- Narradores de Javé)! Vivemos tempos díficeis nessa pós-modernidade, um momento em que os conceitos antigos não abarcam as expectativas cotidianas e não há resposta para muitas dúvidas. Penso que estamos naquilo que o teórico Homi Bhabha denominou de entre-lugar, ou seja, vivemos nos interstícios, no liminar, o contingente, na passagem. Estamos no olho do furacão! O que fazer? Como resgatar o sentido da escola ( tão desacreditada por alunos e professores)? Não tenho as respostas, mas acredito que um bom caminho é a formação continuada. Entrar em contato com teorias, tecnologias, metodologias e, sobretudo, trocar experiências com nossos pares é enriquecedor. Nos espaços de formação continuada percebemos que não somos tão distantes ou diferentes, temos problemas, dúvidas e carências semelhantes as dos nossos colegas. Mas, sem dúvida, a riqueza consiste em aprender a aprender, aprender com quem ensina( professores), tornar-se sujeito e aprendiz desse processo de aprendizagem.